14 de jul. de 2007

A CELA


Certa vez, prenderam-me numa cela.
Sem luz. Sem janelas.
Jogaram-me lá para ser esquecido.
Tanta era a treva, que quando fecharam a porta, seu desenho retangular desapareceu. Surgiram paredes, barreiras, muralhas de escuro consistente e frígido, que, nas horas, desfizeram-se e não eram mais paredes.
Era nada.
Palpável só o chão, pelo qual eu podia, parecia, caminhar muito além do metro quadrado de meu claustro.
Sem espaço.Sem tempo.
Desfiguram-se os dias.
Ou os anos?
O fato é que conseguiram seu fim.
Não só me esqueceram, como também eu me esqueci.
Um dia, isso eu sei, abrirão a porta perdida, a mesma que sumiu quando a trancaram, olharão para dentro e encontrarão ninguém.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!! Pode deixar que eu vou vir aqui sempre, pra me irritar.

Ah. Antes que eu me esqueça. Jesus te ama.
:D

Beijos
Amanda

Anônimo disse...

Ei, Jean

Já favoritei a pagina do seu blog! Poste seus contos também, são tão bons.Adoro.

Só uma ressalva:

"Lembre-se:

Jesus ama você.

Eu não."

Mentira, você me ama sim...hahahahahaha

Beijos.

jodenir disse...

Não te conheço, sou da lista agaque, mas gostei da verborragia catártica.
Eu voltarei, mas acho que nem isso te importa, né?
aheuaeh
Falou, mente vazia (ou cheia, sei lá!)

Camila Fernandes disse...

WOW, babe.